Após a notificação de um caso autóctone desta zoonose ocorrido em humanos no Reassentamento Novo Porto João André, no início deste ano, a Prefeitura de Brasilândia por meio da Secretaria Municipal de Saúde deu-se início a uma série de procedimentos preconizados pelo Ministério da Saúde para estes casos.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Brasilândia, as ações estão se dando, primeiro, no enfrentamento ao caso humano, e paralelamente, ações de combate ao vetor e ao reservatório canino, além de atividades educativas à população residente na área de transmissão da doença.
No campo da Epidemiologia, os técnicos da SMS procederam a investigação na residência do paciente infectado e promoveram a busca ativa de casos suspeitos no local.
Já o setor de Combate às Endemias, promoveu de imediato a realização de investigação entomológica no local, o que foi realizado pelos técnicos do Núcleo Regional da Saúde de Três Lagoas, que instalaram armadilhas noturnas e constatou a presença do vetor (mosquito flebótomo, conhecido como mosquito palha), tendo sido indicado a aplicação do controle químico com inseticida nas residências do entorno.
Quanto às ações referentes ao reservatório canino, a cargo da Equipe de Zoonoses do município, desde então vem procedendo busca ativa de cães com suspeita clínica da doença e promovendo o inquérito canino, com a aplicação de teste rápido e coleta de sangue para exame sorológico e detecção dos sororreagentes.
Até a presente data foram coletadas 42 amostras de sangue no inquérito canino realizado no Reassentamento Novo Porto João André, sendo que as mesmas foram encaminhadas para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de Três Lagoas, para análise.
Desde o início do ano, foram sacrificados 18 cães soropositivos num universo de 35 que foram examinados e aplicados o teste rápido para Leishmaniose.
Treinamento de Agentes
Para garantir a correta aplicação do inseticida nas residências da área de transmissão, o Núcleo Regional de Saúde de Três Lagoas realizou no dia 30 de janeiro um treinamento com os Agentes de Combate a Endemias de Brasilândia, atividade que ocorreu no próprio reassentamento.
Na oportunidade foram distribuídos panfletos informando a população sobre os cuidados que os moradores deverão ter no momento da aplicação do inseticida, tais como não permanecer no local, afastar os móveis das paredes, não tocar nas paredes ou no produto aplicado e cuidado especial com as crianças, evitando adentrar ao imóvel antes da primeira hora após a aplicação do inseticida.
Fiscalização aos criadouros
O Núcleo de Vigilância Sanitária aproveita a ocasião para convocar todos os moradores da área urbana de Brasilândia que possuem animais silvestres, suínos ou galináceos em suas residências a se desfazerem de seus criadouros, em virtude da proliferação do vetor da Leishmaniose nas fezes destes animais.
A Secretaria Municipal de Saúde alerta ainda que, em decorrência de denúncias e o relevante interesse público, o órgão de Vigilância em Saúde deverá tomar as medidas cabíveis quanto à fiscalização do cumprimento da Lei que proíbe a criação desses animais na zona urbana. Os criadores terão um prazo de 30 dias para cumprir a determinação, caso contrário, poderão ser multados por descumprir o código de postura do município Lei 399/85 artigo 177, e a Resolução de nº 30 da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul que proíbe a criação de animais silvestres, suínos ou galináceos na zona urbana.