Enquanto os números epidemiológicos seguem em alerta, a ação preventiva ganha força nas ruas de Brasilândia. O mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti, que teve no mês passado, entre o período entre os dias 26 e 29 de novembro, já percorreu oito bairros da cidade.
A Coordenadoria de Endemias apresentou um balanço parcial que revela tanto o trabalho intenso quanto os desafios que ainda persistem: 28 focos do mosquito identificados e mais de 4.500 depósitos que poderiam acumular água foram eliminados pelas equipes de agentes de endemias.
A força-tarefa concentrou esforços nos bairros João Paulo, José Inácio, Nova Brasilândia, Juvenal Uchôa, José Arara, José Rodrigues, João de Abreu e Oiti. Ao todo, 970 imóveis foram trabalhados, com 55 tratamentos com larvicida realizados para eliminar criadouros em locais que não puderam ser removidos. Um dado que chama a atenção é o número de 533 imóveis encontrados fechados ou com moradores ausentes durante a visita dos agentes, um obstáculo logístico que preocupa a vigilância em saúde.
Os resultados do mutirão são divulgados em meio à atualização dos dados do Boletim Epidemiológico. O coordenador municipal de Combate a Endemias, Carlos Rodrigues, informou que o município acumula, no ano, 593 notificações para cada uma das arboviroses: dengue, zika e chikungunya. Os casos positivos confirmados são 121 de dengue, 1 de zika e 4 de chikungunya. Na última semana, foram registradas 2 novas notificações para cada doença. Felizmente, não há óbitos contabilizados.
"Estes números do mutirão mostram que o mosquito está presente e se reproduzindo dentro dos nossos quintais. Encontrar 28 focos ativos é um alerta vermelho de que a população não pode relaxar, especialmente neste período de chuvas e calor", afirmou Carlos Rodrigues. "O dado dos 4.504 depósitos eliminados é positivo, mas os 533 imóveis fechados são uma preocupação, pois podem esconder focos que não conseguimos atingir".
A secretária municipal de Saúde, Mara Nilza da Silva Adriano, reforçou o chamado à população. "O poder público faz sua parte, com as equipes na rua, mas a guerra contra a dengue é vencida dentro de cada casa, a cada semana, com a vistoria de dez minutos nos quintais. A eliminação de recipientes que acumulam água precisa ser um hábito semanal de todas as famílias", declarou.
Os bairros trabalhados no mutirão foram escolhidos com base em critérios técnicos, como índices larvários anteriores e notificações de casos. A ação continuará em outras regiões da cidade, em um esforço contínuo para reduzir os riscos de uma nova epidemia, enquanto os números frios do boletim lembram que a ameaça, infelizmente, segue viva e se reproduzindo.