Ir para o conteúdo

A noite da última quinta-feira (11) ficará marcada na memória cultural de Brasilândia. O Centro de Convivência Professora Lídia Martins dos Santos deixou de ser apenas um espaço físico para se tornar um templo da nossa identidade, ao sediar a abertura oficial da circulação do projeto “Francis David Vidal Ensemble – Sons do Pantanal”.

Quem esteve presente testemunhou um diálogo sensível e sofisticado: no palco, 13 músicos eruditos; na pauta, a alma da nossa terra. A cidade foi escolhida como ponto de partida para essa jornada que une a música clássica aos ritmos ancestrais da costa leste sul-mato-grossense.

DO CLÁSSICO AO REGIONAL

O ponto alto da apresentação foi, sem dúvida, o repertório. Longe do convencional, a camerata fez o público se ver nas cordas dos violinos e violoncelos. Arranjos inéditos de clássicos imortais como "Mercedita" e "Trem do Pantanal" arrancaram aplausos emocionados, provando a tese do maestro Francis David de que a nossa música regional possui uma sofisticação natural.

Um momento de especial carinho foi a execução de "Música Linda", obra do renomado cantor e músico três-lagoense Brancão. Ao transformar o chamamé e a guarânia em música de câmara, o projeto validou o sentimento de pertencimento da plateia.

GESTÃO E CULTURA

A realização do evento em Brasilândia foi fruto de um esforço conjunto da Coordenadoria Municipal de Cultura. A coordenadora da pasta, Jhenifer Ragnaroni, foi uma das principais articuladoras para trazer a atração ao município, defendendo que a arte de qualidade deve romper as barreiras dos grandes centros.

Representando a prefeita Márcia Amaral, o secretário de Governo, Dr. Eraldo Coelho, prestigiou o concerto e destacou a importância de democratizar o acesso a espetáculos desse nível. "Ver nossa comunidade emocionada com um concerto que fala a nossa língua, que toca a nossa música, mostra que estamos no caminho certo ao apoiar projetos que valorizam a nossa identidade", ressaltou.

Além disso, a a Secretária Municipal de Educação e Cultura, Maria Inês Anselmo Costa e a adjunta Maristela Leôncio e outras autoridades como a secretária-adjunta de Administração, Patricia Jardim, o vice-presidente da Câmara Municipal, Cézar Malta e secretária da Mulher, Patricia Lopes estiveram também presentes.

ACESSIBILIDADE E LEGADO

O projeto, que contou com intérprete de Libras e acessibilidade, segue agora para Aparecida do Taboado e Três Lagoas, mas deixa em Brasilândia a certeza de que a cultura pantaneira é vasta e merece, sim, ocupar os palcos mais eruditos. A iniciativa conta com financiamento da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), Ministério da Cultura e Governo do Estado.