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História do Município
As terras que integram hoje o município de Brasilândia eram habitadas inicialmente pelos indígenas Ofaié, povo caçador e coletor do tronco linguístico Macro Jê, chamado erroneamente pelos primeiros colonizadores de Xavante.
O rio Paraná sempre foi a via de navegação mais utilizada pelas monções, em que nas antigas expedições, descendo e subindo os rios, trazia melhorias e progressos as margens de Mato Grosso. A partir de 1905 o rio já era utilizado constantemente pela Companhia de Viação São Paulo-Mato Grosso, que dava suporte comercial às principais cidades ribeirinhas do lado paulista e do lado mato-grossense.
O povoado de Porto João André surgiu nessa época, na qual se tornou um importante via de acesso à futura cidade de Brasilândia. Dados do Censo do ano de 1940 registram que a célula mater do município de Brasilândia abrigava nesta época uma população de apenas 147 pessoas na zona urbana.
Os primeiros relatos sobre a história do município dão conta de que a partir de 1919, existiam aqui uma empresa norte-americana, conhecida na região como firma inglesa da marca Argola, de nome The Brazil Land Cattle and Packing Company, que era possuidora de mais de 800 mil hectares de terras ao longo da margem direita do rio Paraná entre o Sucuriú e o Pardo que foi doada ao empresário e político estadunidense Percival Farquhar.
Dedicando-se inicialmente a criação de gado importado da Europa, das raças hereford e shourton, com o tempo houve a substituição dessas raças por gado da raça zebu, importado da região sudeste da Índia, chamada Nelore, que tinha porte maior e mais resistente ao tempo e às doenças, e que depois, firmou-se na região como o produto de maior importância.
Após a Segunda Guerra Mundial, o então Presidente Eurico Gaspar Dutra, entre os anos de 1947 e 1948, promoveu a desapropriação de terras pertencentes a muitos estrangeiros que viviam no Brasil, entre eles os proprietários da empresa Brasil Land. Isso aconteceu através do órgão Superintendência das Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional-SEIPAN, que se encarregou de promover a distribuição de terras não exploradas economicamente, através de programa de colonização levado adiante pelo Governador de Mato Grosso, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo.
Por se tratar de uma extensa área de terra, manifestaram interesse para a aquisição destas terras que foram leiloadas e adquiridas por aqueles que viriam a ser os pioneiros desbravadores deste lugar. Dois nomes, entretanto, se destacam neste processo, pela razão de terem sido os precursores da ocupação deste território. Cronologicamente, ambos iniciaram suas atividades rurais na mesma época, mas com propósitos diferentes. Luigi Cantone, italiano, naturalizado brasileiro que chegou aqui em 1952, na Agricultura. E Artur Höffig, brasileiro, descendente de alemães, que se instalou inicialmente no Arapuã, em 1950, dedicando-se à Pecuária.
Enquanto Luigi Cantone dedicou-se a orizicultura pelas extensas áreas alagadas dos varjões de Cisalpina, junto a Fazenda Olympia, na margem direita do rio Paraná no rumo do Porto João André, o professor aviador Arthur Höffig, dedicou-se a criação de gado, implantando cooperativas, entre elas a pioneira Companhia Boa Esperança Comércio de Terras e Pecuária S/A (COTERP) que possuía escritório em Panorama/SP e foi responsável pela documentação e divisão das terras para a construção do núcleo urbano da futura cidade de Brasilândia emancipada vinte anos depois.
A cidade começou a se tornar real em meados de 1957, quando o sonho do patriarca Arthur Höffig se materializou com a doação de parte de seu patrimônio para a composição do núcleo urbano do povoado sendo traçadas as primeiras ruas e uma praça central. Erigiu no ponto mais alto da cidade uma cruz que passou ser conhecida como o Cruzeiro, marco fundante do lugar e onde foi celebrada a primeira missa campal realizada pelo padre tchecoslováquio João Thomes, do município de Três Lagoas.
Em homenagem a antiga empresa The Brazil Land Catle and Packing Company, o fundador Arthur Höffig determinou para que fosse dado a esse lugar um nome que lembrasse a sua origem, originando assim, pela justaposição da palavra Brasil com a palavra Land, acrescentaram um sufixo ia, ficando então Brasilândia, que foi elevada a distrito no dia 12 de julho de 1961, através da Lei 1.501/1961.
E assim, o pequeno distrito começou a se tornar uma cidade. Aos poucos foi recebendo migrantes de várias partes do país, em função de sua atividade econômica predominante nas fazendas: a criação de gado. O progresso alcançado também atraiu um maior número de pessoas interessadas a morarem na região que logo se tornou um lugarejo que deu espaço para homens com interesses voltados à política. Nessa época, os habitantes de Brasilândia votavam em Três Lagoas.
O local se destaca e chama a atenção da matriz Três Lagoas. Em dois anos, é apresentado um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa do Estado visando a criação do município de Brasilândia. Em 14 de novembro de 1963, através da Lei nº 1.790/1963, é criado oficialmente o município de Brasilândia, sendo logo batizada de Cidade Esperança. De acordo com os registros da Prefeitura de Brasilândia, foram desmembrados 11.082 Km2 do município de Três Lagoas, sendo que esta perdeu a melhor parte das terras, já que a região faz exatamente a divisa com estado de São Paulo no rio Paraná.
A instalação definitiva do município se deu oficialmente no dia 25 de abril de 1965. Às 10:00 horas da manhã, onde foi inaugurada a primeira Câmara de Vereadores que teve sua posse os primeiros parlamentares Luiz Eugênio Primo, Manoel Ciriaco Neto, Paulo Simões Braga, Wilson de Arruda e João Carlos da Silva e o primeiro Prefeito, José Francisco Marques Neto.
Foi a partir, entretanto da década de 1970 que Brasilândia deu um salto no desenvolvimento com a instalação de uma indústria canavieira que impulsionou o setor primário e secundário na região. A usina de Brasilândia Açúcar e Álcool Ltda (depois, Energética Brasilândia, do Grupo José Pessoa e ainda Agrisul), deu início às suas atividades plantando 16 mil hectares de cana de açúcar e produzindo dois mil empregos, e com uma expectativa de produção de 74 mil litros de álcool.
Após a vinda desta empresa que alavancou a economia da cidade, outras atividades consolidaram-se como a agropecuária, as olarias e o turismo do Porto João André com o Iate Clube Rio Verde, Pousada Shangrilá e ranchos de pescas. Outra conquista importante foi à chegada do Laticínio Brasilândia e de outras empresas agropecuárias de pequeno e médio porte impulsionados pelo pioneirismo da família Höffig e diversos outros empresários.
Em 1978 Brasilândia já possuía um banco, o Banco Financial, um Cartório de Paz; tinha 46 casas comerciais, 30 escolas, sendo 26 na zona rural e dispunha até de um cinema. A vila Debrasa, na qual se instalou a usina de cana-de-açúcar, tornou-se Distrito e até os anos 2000 foi um grande centro produtor a gerar divisas e empregos para o município. A criação da Comarca de Brasilândia deu-se em 18 de setembro de 1986, pela Lei nº 664/1986, e sua instalação em 11 de março de 1987. O distrito de Xavantina emancipou-se e foi desmembrado de Brasilândia em 1987, reduzindo a área do município para 5.806,6 km2 (1,63% do Estado). Hoje o município leva o nome de sua padroeira, Santa Rita do Pardo.
Os sonhos dos pioneiros, onde se incluem antigos moradores como Alfredo Coimbra, Antenor Fonseca, entre outros saudosos, até chegar a mega empreendedores ilustres desses tempos se realizaram como a instalação de grandes empresas no seu entorno. Sonhos compartilhados de geração em geração por pessoas que aprenderam através do trabalho transformar sonhos em realidade.
Autor: Carlos Alberto dos Santos Dutra
Mestre em História pela UFMS com formação em Filosofia, Ciências Sociais e Direito.
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