Na manhã desta segunda-feira (07), a Secretaria Municipal da Mulher realizou o "Café Preto", um evento em alusão ao Julho das Pretas, mês que celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha (25 de julho) e o Dia Nacional de Tereza de Benguela.
O encontro, que ocorreu na sede da Secretaria, reuniu autoridades, empreendedoras, lideranças comunitárias e mulheres brasilandenses para discutir empoderamento, resistência e oportunidades por meio de uma roda de conversa e um café colaborativo.
A data homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola do século XVIII, e foi instituída no Brasil pela Lei nº 12.987/2014.
Fala das Autoridades
A abertura do evento contou com as falas das autoridades presentes, iniciando pela secretária municipal da Mulher, Patricia Lopes, que representou a prefeita Márcia Amaral em um discurso que reforçou o compromisso da gestão com as políticas de igualdade.
Em seguida, a palavra foi passada para Jô Silva, presidente da Câmara Municipal, que destacou a importância do Legislativo no apoio a iniciativas de empoderamento feminino.
O momento solene foi encerrado com uma emocionante performance musical da cantora Suellem Estevam, que trouxe canções que celebraram a resistência e a cultura negra.
RODA DE CONVERSA
A roda de conversa, mediada pela jornalista Patricia Acunha, trouxe como tema central "Empreender, educar e resistir: múltiplos caminhos da mulher negra em Brasilândia", criando um espaço potente de diálogo e troca de experiências. Cristiane Carvalho, Coordenadora de Igualdade Racial, abriu as reflexões questionando "Como políticas públicas podem ampliar oportunidades reais?", trazendo para o debate a necessidade de ações concretas do poder público. A empreendedora Maria Valentina compartilhou sua trajetória ao responder "Quais barreiras enfrentou como mulher negra no comércio?", expondo os desafios do empreendedorismo negro.
A voz indígena esteve representada por Ramona Coimbra, Cacique Ofaié, que ao falar sobre "Como o artesanato virou ferramenta de empoderamento?" destacou a força da cultura tradicional como forma de resistência. A professora Izaura Vicente emocionou ao deixar uma mensagem inspiradora quando questionada sobre "Qual mensagem você deixa para as mulheres negras?", reforçando a importância da representatividade.
A empreendedora Isameire Souza trouxe para o debate o cotidiano das mulheres ao explicar "Como concilia vida familiar e negócios?", enquanto Roginéia Batista, servidora pública, narrou seu processo de autoaceitação ao responder "Como lida com a sua autoestima?". A educadora Marciana Santiago destacou a importância da educação antirracista ao refletir sobre "Por que é importante falar de Carolina Maria de Jesus nas escolas?". Encerrando as participações, a produtora rural e poeta Cida da Cocada apresentou uma bela reflexão sobre "Como a poesia transforma sua relação com a terra?", unindo arte e ancestralidade.
Também se pronunciaram Maria Inês Anselmo Costa, secretária de Educação, que abordou o papel da escola no combate ao racismo, e Emília Vichete, secretária de Assistência Social, que reforçou a necessidade de políticas intersetoriais para garantir direitos básicos às mulheres negras.
"Essa data é um chamado para reflexão e ação. Seguiremos trabalhando por políticas que garantam dignidade e oportunidades para todas as mulheres negras de Brasilândia", afirmou a prefeita Márcia Amaral.